9.13.2010

[música] Epicamente Las Vegas


Talvez eu seja suspeita em tecer comentários a respeito do disco solo do vocalista do The Killers, Brandon Flowers. Afinal de contas sou fã assumida da banda. E porque não dizer que me tornei fã do trabalho de Brandon em Flamingo, que estreiou no começo deste mês pelo mundo afora. Ainda mais quando, pra mim, o disco representa uma mistura entre Sam's Town e Sawdust (Lado B e covers), os meus favoritos.
Flamingo possui uma unidade tremenda e carrega consigo a mesma sensação épica do segundo disco de sua banda. Arrisco dizer inclusive que é nostálgico. São 10 faixas que poderiam muito bem substituir as 11 (12 se contarmos a faixa bônus) de Day & Age, não que eu não goste dele, mas something is missing.


Seguindo a linha de Sam's Town, o disco solo de Flowers começa de uma forma estupenda e dita o tom do que podemos esperar das próximas faixas. Welcome to Fabulous Las Vegas vem gorda e convidativa, mas ao mesmo tempo jocosa com a frase "Did nobody tell you? The house will always win", o que exemplifica bem a vida dos cassinos de Las Vegas.
Only the Young é praticamente um hino. Daqueles de cantarmos todos juntos batendo palmas para dar o ritmo, especialmente no refrão: "Only the young can break away, break away | Lost when the wind blow, on your own, oh". A faixa que segue, Hard Enough, é a coisa mais linda do mundo. Jenny Lewis (Rilo Kiley) foi a escolha perfeita.


O título da música seguinte me lembra muito o nome dum dos álbuns meus favoritos do Prodigy: Jilted Music for the Generation, mas é só isso. Jilted Lovers and Broken Hearts é a típica baladinha de amor que faz os corações irem para longe longe longe levando consigo todos os amores e dores que já sentiram. Coisa que só Brandon Flowers sabe fazer, é o que o diga com Read My Mind e For Reasons Unknown. A quinta faixa já carrega um tom mais pessoal, pelo menos pra mim. Playing with Fire te pega pelo autorreconhecimento, sabe como? "Daddy I'm not gonna tell you that I'm sorry | There ain't nothing you can do to change my mind" é só uma das frases que te fazem refletir a vida. Tem muitas outras com o mesmo resultado.
Com certeza, uma que ganhou meu coração é Was It Something I Said?. É um pouco de tudo, o ritmo, o tecladinho clichê, o refrão grudentinho até as belas palavras do começo. Já não posso dizer o mesmo de Magdalena, que é uma incógnita pra mim. Ela interage bem com o todo, porém tem outras melhores, como duas das quatro (The Clock was Tickin' e Jacksonville) que compõem a Deluxe Edition, que falarei mais para o final. Sem comentários para Crossfire que ganhou meu coração faz tempo. O video nem tanto, mas vale a participação de Charlize Theron. A vontade que tenho, durante o refrão, é de ser clichê e cantar a todo pulmão com os braços pra cima e ao final abraçar honey (Paulo D.) bem forte.


Depois de tanta exaltação On the Floor vem pra acalmar, mas sem deixar a chama apagar. Sem falar tanto de amor e casais, a penúltima de Flamingo fala mais de Las Vegas e sobre o que ocorre quando suas belas luzes se apagam. Exitlude? Maybe. E encerrando o disco, Swallow It vem devagar prenunciando aquele fim de forma grandiosa, exatamente como deveria ser.


Mas para quem tem sede de mais (como eu), 10 faixas apenas não bastam e é pra isso que serve a Deluxe Edition, com não uma, mas quatro faixas bônus. The Clock was Tickin' parece que leva direto para o Tennessee com uma garrafa de whisky na mão. Quer clima mais agradável que esse? É uma pena que essa música não esteja no disco "oficial". É uma preciosidade sem tamanho. Jacksonville também, e se você reparar bem ela é uma prenuncia de que as seguintes apresentam uma certa quebra na uniformidade do álbum, um pouco mais pops que o conjunto. Anyway, I Came Here To Get Over You e Right Behind You valem super a pena.

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