Dualidade, essa é a ordem da casa. Seja ela nos tecidos, nos cortes, nas cores, enfim... dualidade. O desfile de Fause Haten foi um dos que causou frenesi, não exatamente pelo desfile, mas pela performance do estilista, que só foi revelada ao final. Antes das modelos entrarem na sala de desfile, rostos encobertos apareceram nas várias telas espalhadas pelas pilastras do local. A primeira vista eram somente rostos criados num computador, em 3D, mas não, era o próprio Fause. Aquilo era apenas uma premissa do que estava por vir. Multifacetado, o estilista trouxe para a passarela todo o charme da história vivida por Dr. Jekkil e seu lado negro, Mr. Hyde.
Se na frente os vestidos, saias, calças, camisas eram volumosos, com babados, pedrarias, tecidos acetinados e rendas, nas costas cortes retos e simples, como na alfaiataria. Tudo mesclava com o preto, e na maioria das vezes tons claros, tons de rosa, bege ou verde. Mas cores como o vermelho e o amarelo também puderam dar o ar da graça. Os calçados seguiram a mesma linha, enquanto seu corpo era delicado, subia pela perna com finas tiras e delicadas rendas, seu salto era grosso e pesado, uma plataforma em madeira. Chapeus grandes que dividiam o rosto, revelando apenas um único lado preenchido com sombra clara e vistosa. Bolsas delicadas, em matelassê, e com correntes douradas, Chanel, sempre musa no quesito bolsas. Nem a noiva pode escapar. Apesar dessa "bagunça" e "discussão" de texturas, cores e cortes, tudo muito refinado e elegante. Não beira o exagero, nem o cafona. O frenesi final, um palco avança pela passarela, revelando então quem era o responsável pelos diferentes arranjos para músicas como Sex on Fire, do Kings of Leon: o próprio Fause Haten revestido de uma máscara cheia de espelhos (tal qual um globo espelhado).
Looks
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