6.20.2009

Moda e Noite

Durante minha estadia por São Paulo Capital, pude me infiltrar na cena fashion que existe por lá, por ser aficcionado por Moda e apaixonado pela noite e suas baladinhas “fashion-freaks”. Observando essa “cena” fui analisando, não empiricamente é claro, os diversos comportamentos do ambiente.

Sempre me questionei sobre esses eventos: É necessário? É espontâneo? Isso é tendência ou palhaçada? Antes de tentar responder à minhas perguntas, ouvi algumas opiniões de pessoas de fora desse ambiente., consumidores de moda, mas que não procuram pensar tanto nela. Amigos e conterrâneos meus vieram à cidade e levei-os em algumas festas, e vi de ranger de dentes a olhos brilhando. “Pra que isso?”, “Palhaçada”, “Vergonha alheia”, “Arrasou”, foram coisas que ouvi. Mas o engraçado é que até o fim da balada, eles já tinham esquecido do ambiente, da montação e das loucurinhas e já tinham se deixado levar pela música e pela ferverção.
Esse comportamento me deu a resposta que eu precisava, ela consiste em uma palavra: “Verdade”. Se a festa te da a liberdade do “dress code” montado, por que não aproveitar e tirar aquela manga bufante do fundo do armário ou aquele sapato espalhafatoso que você nunca usa? O fator que transforma o fake no cool, é simplesmente um clichê: “Ser você mesmo”.

Essas festas viraram o reduto da caricatura da moda, na verdade as pessoas não se preocupam em estar bonitas, e sim queram anular a realidade que se impõe ao cotidiano. Em tempos de crise o exagero aparece com força e o “fake gold” mais ainda, porque nada mais natural ao ser humano do que se vestir contra o que incomoda, nada de novidade nisso, sabe-se que em todos os grandes movimentos de comportamento e Moda isso acontece, foi assim com os punks, com os ravers e todos os outros, a “fuga” continua com força total.
O interessante mesmo é que com um olhar mais apurado você vai observar ali o que há de mais vanguarda, o mais contemporâneo e até mesmo o mais engraçado, e dali tirar até inspirações, vide a última campanha da Adidas e a influência de blogs de street style como o the sartorialist e o cobrasnake.
O povo que frequenta, quer mesmo é se divertir, se sentir à vontade no seu nicho, e chamar atenção mesmo, afinal na “selva fashion” que é São Paulo, ou você se destaca ou você é engolido. Sempre há suas exceções, e sempre vai existir aquele grupinho que é um grande-nada-coberto-de-glíter e paetê, que não fazem nada e não tem função alguma, e mal se divertem também, já que se preocupam demais com seu carão, esses foram engolidos e mantém o comportamento automatizado de se montar e nada mais, são os figurantes e a decoração da pista. Vale a pena mesmo aqueles que trabalham com a moda, e usam a noite pra divulgá-la e propagá-la como meio de vida, e não apenas armadura contra uma vida vazia.

A noite é um grande campo de referências para quem gosta de moda, pois nela as pessoas capricham no look, seja pra seduzir ou pra destacar-se, e é nesse meio em que as pessoas se empenham no visual, que devemos garimpar a nata do trend, porque sim, eles sabem o que fazem e o que vestem também. Tendo espontaneidade tudo é válido, na Moda continua valendo tudo, do básico ao drag queen!

por Thiago Lima

3 comentários:

Flávia Itiberê disse...

Nossa!!! Rachei de rir quando li ... "Sempre há suas exceções, e sempre vai existir aquele grupinho que é um grande-nada-coberto-de-glíter e paetê"... adorei o post! beijos.

Anônimo disse...

como assim "analisando empiricamente"? que texto é esse? só porque tem diploma do mobral acha que escreve... escrever é só pra quem pensa cabeça de vento.

Welson disse...

Moro em São Paulo a 3 anos, curtos sair e sentir esse clima fashion dos lugares, só sentir, pois sou um mero observador, e que fique bem claro.
As pessoas se destacam ou são destacadas, o interessante é que no fim acaba tudo numa grande festa regada com Luzes piscantes.