1.05.2009

Dólar mais caro anima quem faz moda

O ano de 2008 começou bem agitado para a moda brasileira, com aquisições e formação de grupos de gestão de marcas. O dólar barato na maior parte do ano aumentou ainda mais a presença dos produtos estrangeiros no mercado nacional e a crise financeira, importada dos Estados Unidos, espalhou temor em relação a 2009. Mas a virada do dólar, que voltou a ganhar força, dá certo ânimo a quem faz moda e exporta.

O presidente do Sinditêxtil-SP, Rafael Cervone Netto, diz que a alta do dólar trouxe dois benefícios: as mercadorias brasileiras ficam mais competitivas e a importação ilegal, que é grande, pode ser desestimulada. Para se ter uma idéia, segundo o executivo, a China declarou que enviou 40 mil toneladas de artigos têxteis para o Brasil em 2007. Mas a Receita Federal brasileira acusa o recebimento de 18 mil toneladas. “A diferença entrou ilegalmente no país”, afirma Cervone Netto.

A balança comercial do setor têxtil e de confecção paulistas fechará 2008 com déficit recorde. De janeiro a outubro o saldo da balança têxtil paulista acumulou US$ 343,7 milhões negativos - bem superior aos US$ 190,5 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

Esse resultado deve-se ao grande volume de importações (US$ 796 milhões) incentivado pelo câmbio baixo durante a maior parte do ano e, consequentemente, uma retração dos produtos exportados (US$ 452,3 milhões.)

Somente no Estado de São Paulo, houve redução de empregos de 12%, nas companhias de vestuário, e de 8% nas têxteis - entre janeiro e setembro deste ano. “Esses últimos dados não contemplam outubro, mês onde as demissões foram numerosas”, diz Cervone Netto. Para 2009, o executivo espera que os empresários do setor “deixem a crise decantar”.

“Para sair dela será necessário investir em produtos inovadores e isso nós temos para oferecer para o mundo”, afirma o executivo. “Nos últimos dez anos houve US$ 10 bilhões de investimentos em máquinas e em tecnologia”, lembra o presidente do Sinditêxtil-SP. “A retração que estamos sentindo, por parte das empresas, é muito mais preventiva, pois as empresas têxteis brasileiras não dependem diretamente de crédito para crescer”, diz ele.

Leia o artigo completo no Valor Online (Vanessa Barone, para o Valor, de São Paulo)

Fonte: Fashion Bubbles

por Jaqueline Carvalho

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