“Este texto é mais para questionar do que para esclarecer. Não que uma coisa não leve à outra... É que a idéia aqui é o processo criativo e sua constante renovação. Na moda – talvez mais que em qualquer outra arte – o que move é o novo. Cada vez mais se precisa de gente jovem, de novos olhares, do tal frescor.
Já percebeu que os anos 2000 são um retrovisor dos anos 1980. E os 1980, uma versão exagerada dos 50´s? Como a velocidade de um e-mail, uma tendência engole a outra, se recicla, se renova, se reinventa. Mas, pensando bem, o que você vê nas passarelas e nas revistas é novo? Espera: estamos falando de moda, a arte que você usa no corpo, no seu dia-a-dia. E se trata, claro, de uma indústria que emprega milhões de pessoas. Se não tem novidade, não há venda. Sem venda, não há mercado. Certo?
Mas, pense bem, não dá para encontrar um Galliano em cada esquina de Londres. Nem dá para lançar um Herchcovitch a cada evento de moda que inventam
Então vamos para o tema direto autoral. Muitas vezes, você não sente que já viu aquela roupa ou imagem em outro lugar? Aí vêm os mais ligados no assunto e dizem que a idéia foi tirada de um estilista inglês ou francês. Certo: vale copiar? Antes disso: existe cópia, ou em tempos de Internet que fica parado é poste? Mais longe: existe um estilo brasileiro?
Você caminha pela Avenida Paulista e o que vê? Coqueiros, mata abundante e animais selvagens? Ou você vê carros, poluição visual, edifícios? É preciso plantar bananeira para se fazer uma moda tipicamente Brasil?
Uma coisa a gente pode afirmar: o princípio da explicação é o questionamento. Naturalmente que é mais fácil aceitar as coisas como elas são e ainda tentar tirar o Máximo de proveito disso – incluindo algum dinheiro no bolso. Mas, sinceramente, você quer ser mais um produto descartável? ”
*Zeca Gutierres é jornalista, contribuiu para o livro O Brasil na Moda e, atualmente, edita o Gibi Erótico e trabalha no site Glamurama.
Aberto para discussões.
por Laís.
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